Dentista Carlos Patussi havia sido preso preventivamente na quinta (25), com base em pedido do Ministério Público, segundo o qual ele vinha ameaçando e coagindo testemunhas do processo.
A Justiça do Rio Grande do Sul concedeu nesta sexta-feira (26) liberdade ao dentista Carlos Alberto Weber Patussi, réu pela morte do gerente bancário Jacir Potrich, segundo informou ao G1 o advogado Paulo Olímpio, que representa o acusado. Patussi havia sido preso preventivamente na quinta (25), com base em pedido do Ministério Público, segundo o qual ele vinha ameaçando e coagindo testemunhas do processo.
A decisão é liminar, concedida pelo desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do estado. O crime aconteceu em Anta Gorda, no Vale do Taquari, interior do estado, em novembro do ano passado.
No pedido de prisão, o promotor André Prediger argumentou que familiares da vítima foram perseguidos de carro e até mesmo a pé pelo réu, que teria dito a outras pessoas da comunidade que “todos deveriam ter medo dele”.
No entanto, o advogado do réu negou que tenha havido coação de testemunhas. “A ‘coação da testemunha’ foi ele ter cruzado na rua em Anta Gorda com a esposa do desaparecido. Isso seria a coação, porque ela é testemunha da denúncia, mas eles nem sequer trocaram palavras”, argumentou Olímpio.
Patussi já havia sido preso temporariamente em janeiro deste ano, mas foi solto após habeas corpus. A prisão, na ocasião, era pelo assassinato, e não por coação de testemunhas. O MP recorreu e ainda aguarda uma decisão final.
O inquérito da Polícia Civil que apurou a morte de Jacir Potrich foi entregue à Justiça nesta quarta-feira (24), indiciando Patussi por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e sem defesa à vítima). O Ministério Público já havia denunciado o homem à Justiça, por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, asfixia e sem defesa à vítima) e ocultação de cadáver. A denúncia já foi acolhida, e o processo tramita na Justiça Estadual.
O advogado de Patussi também afirma que a denúncia foi aceita e o inquérito policial, concluído sem que houvesse a confirmação da morte da vítima e a localização do corpo – informações que ele considera “fundamentais”.
O caso
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Jacir Potrich foi visto pela última vez em 13 de novembro — Foto: Arquivo pessoal
Jacir Potrich foi visto pela última vez em 13 de novembro. Naquele dia, o bancário teve uma rotina normal, trabalhou até as 15h, foi para casa e, mais tarde, saiu para pescar no açude. A pescaria era um costume que Potrich praticava com frequência. No fim da tarde, ele limpou e guardou os peixes. Depois disso, não foi mais visto.
Dois dias após o desaparecimento, bombeiros esvaziaram um açude, localizado a cerca de 30 metros do residencial, na tentativa de achar alguma informação sobre o paradeiro do gerente, mas nada foi encontrado na época. O corpo de Jacir não foi encontrado.
Conforme a Polícia Civil, o crime teria relação com um desentendimento por questões financeiras. Patussi era amigo e vizinho da vítima.
O MP concluiu que, no dia do desaparecimento, no condomínio onde ambos moravam, Patussi modificou o ângulo de uma das câmeras de vigilância e desligou outra para evitar que o local do crime, um quiosque, não registrasse o momento do assassinato.
Assim, as imagens mostram a vítima indo até o quiosque e sendo seguida por Patussi. Um minuto depois, apenas o denunciado é visto saindo do local. Essas são as últimas imagens de Potrich.
Jacir tinha 55 anos, e há 25 era gerente bancário na unidade do Sicredi que fica na cidade situada a 184 km de Porto Alegre.
Fonte : g1.com.br
Foto: Kelly Veronez/RBS TV